Brasília (DF) – O requerimento que cria uma comissão externa de deputados para investigar denúncia de suborno envolvendo a Petrobras deve ser voltado nesta terça-feira (11), no plenário da Câmara. Nas duas últimas votações, a base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff inviabilizar a votação. “O PT e a presidente Dilma não querem a investigação”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, o deputado federal Antonio Imbassahy (BA).
No seu perfil na rede social Facebook, o líder reclamou do movimento governista para impedir a instauração da comissão. “A presidente chegou ao cúmulo de solicitar que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), retirasse o assunto de pauta. Uma ação antirrepublicana. Só para lembrar: a presidente Dilma, quando ministra das Minas e Energia presidiu o conselho de administração da Petrobras por muitos anos. Deveria ser uma das primeiras a apoiar a apuração”, disse.
Em discussão, a suspeita de funcionários da Petrobras terem cobrado propina para um ex-funcionário da holandesa SBM offshore, que aluga plataformas petrolíferas para a exploração em águas profundas. Segundo a denúncia, funcionários da petrolífera receberam subornos em troca de contratos concedidos à empresa holandesa.
O relatório de denúncia, assinado apenas por FE (ex-funcionário, na sigla em inglês), acusa a SBM de pagar US$ 250 milhões em propinas a autoridades de governos e de estatais de vários países, incluindo o Brasil. O esquema brasileiro ficaria com a maior parte, envolvendo US$ 139,2 milhões, destinados a funcionários e intermediários, segundo o jornal Valor Econômico.
A Petrobras informou na sexta-feira que iria “averiguar a veracidade dos fatos” em investigação interna e que não tinha sido notificada até a data.
No mesmo dia, o PSDB pediu abertura de investigação à Procuradoria Geral da República (PGR) para esclarecer denúncias de corrupção.