Brasília – A cotação do dólar disparou nesta terça-feira (5). A modalidade comercial, usada no comércio exterior, subiu 1,95% e chegou a R$ 2,289, o maior índice desde o dia 6 de setembro. Já o dólar à vista, outra referência no mercado financeiro, encerrou o dia com valorização de 1,70%, um recorde desde 11 de setembro.
Do início da semana passada até hoje, a alta já acumulou 4,4%. Já o real foi a moeda emergente que mais se desvalorizou. As informações são do jornal Folha de S. Paulo (6), em matéria intitulada Dúvidas sobre controle de gastos do governo fazem dólar disparar.
Para o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR), o governo petista demonstra dificuldade em manter a meta de economia e controlar seus gastos.
“Pior do que ter a alta do dólar é a instabilidade. Não há exportador ou importador que consiga fazer um planejamento adequado. O dólar está em um patamar que torna o planejamento impossível para o setor produtivo”, considera.
“O dólar também está subindo por outros fatores. O mercado, tanto aqui dentro, quanto lá fora, não acredita mais no governo. Os fundamentos da economia estão abalados. Maquiagem para cobrir o superávit primário, a dívida pública aumentando, tudo isso vai inflando o custo de pagamento de juros, o que torna o horizonte duvidoso”, explica.
Para Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, “o governo colhe o que plantou”:
“Quando há credibilidade, pode-se cometer pequenos erros sem maiores consequências. Mas, quando a credibilidade se esgota, qualquer pequeno erro é um grande problema”, disse à Folha de S. Paulo.
Titular da comissão de Finanças e Tributação da Câmara, Kaefer acredita que fatores como a taxa de juros alta, o déficit público e a balança comercial negativa também aumentam o nível de desconfiança do mercado.
“É preciso rever os fundamentos da economia. O governo tem que olhar para trás e corrigir o rumo, ou vamos ter sérios solavancos daqui para frente”, completa.