Brasília (DF) – Burocracia. O excesso dela tem sido a maior queixa dos empresários brasileiros na hora de exportar seus produtos. Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 83% dos entrevistados disseram ter problemas na exportação, e 79% afirmaram que não conseguem melhorar suas vendas em decorrência de entraves tributários, alfandegários ou de movimentação de cargas.
A burocracia elevada foi um dos fatores que contribuíram para o déficit comercial de US$ 105 bilhões da indústria brasileira em 2013. O saldo da balança comercial no ano passado também foi o menor em 13 anos. As informações são de reportagem publicada nesta sexta-feira (24), no jornal O Globo.
De acordo com o levantamento, são exigidos até 26 tipos de documentos para realizar uma exportação pelo mar, e 15 no caso de via terrestre. O processo burocrático ainda demora cerca de 13 dias, com gastos que chegam a US$ 2.200 por contêiner. As reclamações mais frequentes são voltadas à Receita Federal e aos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Agricultura.
Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), a burocracia excessiva é uma fotografia da inaptidão gerencial do governo petista. ”É inegável que houve um grande comprometimento da gestão com a partidarização, o loteamento e o aparelhamento do Estado, que se tornou ainda mais ineficaz. A burocracia é, em parte, alguma coisa de legislação que pode ser alterada por iniciativas do Legislativo, mas acontece muito mais em função da incompetência administrativa que o atual governo consagrou”, disse.
Fatores
O parlamentar salientou que um dos fatores que impede o país de crescer é a máquina pública pesada e inchada, que compromete o investimento em setores essenciais como a logística de rodovias, ferrovias e portos, que são a “expressão maior da incompetência e do elevado custo Brasil”.
“Cada navio parado, aguardando vez no porto, leva a um prejuízo que reduz a possibilidade de ganho do setor produtivo. Essas questões são essenciais. A elevada carga tributária também é um fator que coloca em desvantagem o exportador brasileiro, especialmente no quesito produtos primários, onde somos mais competentes”, avaliou Alvaro Dias.
O senador também apontou o que considera como uma desvantagem no momento de exportar a produção a outros países: a enorme distância entre o modelo tributário do Brasil e o da Europa ou dos Estados Unidos.
“O governo impede reformas. Além disso, sucumbe diante das políticas protecionistas adotadas por países do primeiro mundo, com encargos alfandegários que comprometem as exportações brasileiras. Essa é mais uma demonstração de impotência da gestão petista diante do egoísmo de outras nações”, completou.