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Falta de fiscalização nas fronteiras facilita fuga de criminosos do país

policia-rodoviaria-marcelo-casal-abr-300x200Brasília – Nunca foi tão fácil para os criminosos escaparem da justiça brasileira. Segundo reportagem do jornal O Globo (20), é cada vez mais comum o número de procurados pela polícia que foge do país por meio das fronteiras secas. É o caso do ex-gerente de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no escândalo do mensalão, e atualmente foragido.

A situação de abandono das fronteiras se agrava na cidade de Ponta Porã, localizada no sudoeste do Mato Grosso do Sul, ao lado da paraguaia Pedro Juan Caballero. Pessoas cruzam de um país a outro o tempo todo, sem precisarem apresentar passaporte ou carteira de identidade.

“Aqui é fronteira seca, praticamente a mesma cidade. Tanto que muita gente anda de um lado para o outro sem saber em que país está. Qualquer pessoa de má-fé pode fugir de seu país sem dificuldade alguma”, disse a delegada regional da Polícia Federal de Ponta Porã, Paloma Alves, ao jornal O Globo.

Para o senador Ruben Figueiró (PSDB-MS), o controle precário das fronteiras retrata uma triste realidade.

“O que aconteceu com o senhor Pizzolato, esperto como demonstrou, acontece todos os dias e toda hora com relação ao contrabando, ao descaminho, ao tráfego de gente ligada ao crime do Brasil para lá, e de lá para o nosso país. É fato ordinário”, afirma.

O tucano cita dados preocupantes: só no Mato Grosso do Sul existem 600 quilômetros de fronteira sem nenhum obstáculo físico. Só há postos da Polícia Rodoviária Federal a cada 400 quilômetros no estado. Em outras regiões, a distância chega a ser maior.

Além disso, dos mais de dez mil policiais rodoviários federais de todo o Brasil, apenas cerca de dois mil atuam nas faixas de fronteira, que representam 27% de todo o território nacional.

“O governo federal se apresenta omisso em suas obrigações de segurança pública. A falta de profissionais e de investimento em programas sociais na fronteira são os principais obstáculos ao combate ao crime, não só no Mato Grosso do Sul, como em todo o Brasil”, completa.

Segundo análise da execução orçamentária de 2013, a segurança pública não chegou a receber 50% do previsto. Dos R$ 38 bilhões destinados à Defesa Nacional, apenas R$ 18 bilhões foram liberados. Já dos R$ 10 bilhões prometidos à Segurança Pública, foram gastos R$ 4,4 bilhões, a maior parte em pagamento de pessoal.

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