Brasília – A meta da presidente Dilma Rousseff de entregar seis mil creches até o fim do mandato permanece distante.
Reportagem publicada pelo jornal O Globo, nesta quarta-feira (23), revela que apenas 24% das crianças brasileiras entre 0 e 3 anos frequentam creches, incluindo estabelecimentos públicos e privados.
Segundo O Globo, a meta do governo é pôr 50% dessas crianças na creche em dez anos, mas o objetivo esbarra nas alegadas dificuldades financeiras das prefeituras. E descreve: Com 1.180 creches abertas em sua gestão, Dilma teria que inaugurar 31 novas unidades por dia até junho de 2014 para cumprir a meta traçada.
O deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG) avalia que a situação é mais um exemplo da relação desigual entre os entes federativos promovida pela gestão petista.
“Há cada vez mais obrigações impostas a estados e municípios, sem que ocorra a compensação financeira adequada. Sem recursos, não há como desenvolver políticas públicas de qualidade. No caso da educação infantil, percebemos bastante os desdobramentos”, ressaltou.
Barbosa acrescenta que o déficit revela ainda a dificuldade que existe, no Brasil, para a execução de projetos de qualidade – e que não é atacada pelo governo do PT: “A legislação para o setor está engessada, a lei de licitações é muito rígida e há uma grande dificuldade para que o poder público contrate empresas. Isso faz com que muitas companhias não se interessem em trabalhar com o governo. Com isso, ocorrem os atrasos”, aponta.
Para o deputado federal Nilson Pinto (PSDB-PA), outro fator relevante é a comunicação falha entre o governo federal e as prefeituras. “Uma demanda de um município costuma ser respondida muito tardiamente pelo Ministério da Educação. É uma situação frequente. Tudo isso empaca a realização dos projetos”, afirma.
Importância – Os parlamentares ressaltaram que as creches têm contribuição decisiva para a educação e também para a economia.
“Quem mais se prejudica com o atraso nas construções de creches são as mães, que se sentem impedidas de trabalhar. É um grave problema”, declara Pinto.
O tucano Eduardo Barbosa completa: “É na primeira infância que as conexões neurológicas são formadas. Estimular a criança nesse período é decisivo para sua formação. Investir um real na educação infantil traz contribuições enormes para a sociedade e para a economia”.