Brasília (DF) – O poder de compra dos brasileiros está cada vez menor. Em junho, o país enfrentou a maior inflação para o mês desde 1996. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (8), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o primeiro semestre do ano com uma taxa de 6,17%, o maior percentual do período dos últimos 12 anos.
Reportagem da revista Veja de ontem destacou que o resultado é quase o dobro do registrado no primeiro semestre do ano passado, quando atingiu 3,75%. Apenas em junho, o índice ficou em 0,79%.
De acordo com o instituto, no acumulado dos últimos 12 meses a inflação já está próxima da casa dos 9%, com taxa de 8,89%. É o maior nível para esta base de comparação desde dezembro de 2003, quando apresentou 9,3%.
O governo definiu o centro da meta da inflação em 4,5% e o limite de tolerância em 6,5% para o ano todo. Em apenas seis meses, o IPCA já se aproxima do teto máximo estabelecido pela equipe econômica da presidente Dilma Rousseff.
Ainda segundo a reportagem, o IPCA não para de crescer desde o início do ano. Em maio, o IPCA variou 0,74%. Levando em consideração apenas os meses de maio, esta é maior taxa desde 1996, quando subiu 1,19%.
Grupos
O instituto pesquisou nove grupos. Destes, o item despesas pessoais foi o que mais subiu, com aumento de 1,63%. De acordo com o IBGE, os outros dois grupos que tiveram maior impacto sobre o IPCA foram o de transportes (0,70%) e o de habitação (0,86%).