Brasília – Impulsionada pelos reajustes nos preços dos alimentos no mês passado, a inflação para as famílias de baixa renda – até 2,5 salários mínimos mensais, apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), acelerou de 0,16% para 0,73% entre setembro e outubro deste ano. As informações são do jornal Valor Econômico (13).
Segundo a publicação, somente o preço de hortaliças e legumes saiu de uma queda de 13,63% em setembro para um avanço de 0,34% em outubro. Carnes, açúcares, arroz e feijão, os principais itens que compõem a cesta básica, também tiveram altas expressivas.
O deputado federal Valdivino de Oliveira (PSDB-GO), membro das comissões de Finanças e Tributação e Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara, acredita que o crescimento da inflação é uma preocupação de todos, mas que penaliza especialmente as famílias de baixa renda.
“É visível e notado no consumo que o aumento dos preços incide principalmente sobre a população mais pobre, afetando áreas vitais como o transporte público, alimentação e vestuário”, afirma.
O parlamentar explica que, como os alimentos correspondem a cerca de 30% do total do orçamento das famílias pesquisadas pelo IPC-C1, o cidadão mais pobre acaba pagando mais por um mesmo item do que outras pessoas com rendas mais elevadas.
Para Valdivino, o governo erra na política econômica ao não privilegiar a produção e geração de emprego, impulsionando o crescimento.
“A situação tende a se agravar no final do ano, já que o trabalhador recebe o 13° salário e passa a comprar mais, o que pode aumentar a pressão sob o mercado”, completa.