Recebi de muitas pessoas queridas uma versão de que a derrota da seleção brasileira (quarta colocada na “Copa das Copas”) estaria debitada a uma negociata com a Fifa, que faz todos os dias, e há muitos anos, muitas e escandalosas negociatas. Mas, ao meu ver, não é por aí…
Essa história de que a seleção se vendeu não tem o menor cabimento, seria uma operação de riscos ilimitados e, inevitavelmente, seria desmascarada.
O que é grave é que essa história nos tira o foco da questão: no Brasil se faz as coisas na base da esperteza, da improvisação, da falta de ética. Isto pode até dar certo algumas vezes, mas nunca a vida inteira. Nada é para sempre. Um dia a casa cai.
O que precisamos discutir é uma nova ética, ou melhor, uma atitude ética no futebol, nos negócios, na política, na relação entre as pessoas e, mais do que entre as pessoas, uma relação ética com a natureza, com o mundo.
Agir assim, com esperteza, nos influencia demasiadamente para baixo, para o oportunismo.
Seja no futebol, na economia, na educação, na política, no desenvolvimento do País, precisamos refletir sobre uma atitude mais responsável, solidária, profissional no melhor sentido, mas, sobretudo, humana e fraterna, que não combina com atalhos que podem nos levar a “ganhos” imediatos, mas com grande prejuízo a médio e longo prazo. São atitudes insustentáveis!
Nós todos precisamos aproveitar este momento e tirar lições valiosas que nos conduzam a uma nova atitude.
Precisamos fazer, todos nós brasileiros, a crítica certa, mas, sobretudo, uma profunda autocrítica.
Por este caminho que estamos trilhando não iremos muito longe, ou teremos que percorrer um longo caminho para um dia chegar lá!
Abaixo a arrogância, a cartolagem, a politicagem, a esperteza de que se tem que levar vantagem em tudo.
Este tipo de Brasil é o Brasil que não dá certo. Um Brasil que acerta, precisa ser reinventado com nova consciência e atitudes!
*Elias Gomes (PSDB) é prefeito de Jaboatão dos Guararapes-PE
**O artigo foi publicado no Blog de Jamildo