Brasília – Os cálculos preliminares mostram que a carga tributária brasileira bateu novo recorde em 2013: o equivalente a 37,65% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país). O percentual registra alta de 0,53 ponto percentual em relação a 2012, que foi de 37,13%.
O estudo do economista José Roberto Afonso, com base nos principais impostos, contribuições e taxas pagos no país, está publicado no jornal O Globo desta quarta-feira (29).
“O mais grave é que as perspectivas são ruins”, avaliou o deputado federal Valdivino de Oliveira (PSDB-GO), das comissões de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Finanças e Tributação da Câmara. “O governo gasta demais ao invés de investir em uma política volta para a geração de emprego e estímulo à indústria, e gasta demais.”
Vilões
Pelos cálculos, publicados no O Globo, os principais responsáveis pelo aumento da carga tributária foram: os programas de parcelamento de dívidas tributárias (como o Refis da Crise), feitos tanto pelo governo federal quanto por estados com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 2013.
“Os problemas, ao meu ver, estão concentrados principalmente no desequilíbrio no sistema financeiro e na elevada taxa de desemprego, questões que deveriam dominar as preocupações do governo federal. Fora isso tem o baixo investimento na produção nacional”, observou Valdivino.
Os dados oficiais ainda não foram divulgados, mas os analistas estimam que o superávit primário de 2013 ficou abaixo da meta de R$ 110,9 bilhões, ou 2,3% do PIB, fixada para o setor público.
Segundo analistas financeiros, em 2014, o governo deverá ter problemas na área fiscal porque está com dificuldades em promover o ajuste fiscal e há previsão de aumento da carga tributária.