Brasília – Os trabalhadores negros no Brasil recebem, em média, 36% a menos do que os não-negros. Os dados estão em pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) e foram publicados nesta quarta-feira (13) pelo portal G1.
O levantamento mostrou ainda que a diferença salarial não sofre alterações significativas de acordo com o local de moradia dos trabalhadores. A pesquisa avaliou as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo.
Outro dado indicado pelo Dieese é que a diferença é mais expressiva quando comparados os rendimentos recebidos por trabalhadores negros e não-negros com curso superior completo.
O presidente do Tucanafro, Juvenal Araújo, afirmou que os números demonstram que a desigualdade entre negros e brancos no país ainda é um objetivo distante da realidade.
“A inserção do negro na sociedade brasileira é algo que não aconteceu em definitivo. Sofremos muito com a falta de educação, saúde, saneamento básico e outras questões”, disse Juvenal.
Para o presidente do Tucanafro, as gestões do PT na Presidência da República contribuíram para o aumento da desigualdade racial no Brasil.
“O PT não conseguiu promover uma melhor condição para os negros brasileiros. Há uma grande carência em qualquer periferia, e os negros são os que mais sentem esses problemas. Não há políticas estruturais que poderiam representar uma melhoria na qualidade de vida dos negros. O que a população negra precisa, em primeiro lugar, é de uma educação de qualidade desde a infância, algo que o PT não faz”, destacou.
Juvenal apontou também a contradição praticada pelo PT em relação ao tema: “antes de assumir o poder, o PT tinha um forte discurso de combate ao racismo. Hoje, segura verbas que poderiam ajudar em políticas de desenvolvimento”.