No dia 02 de dezembro é comemorado o Dia Nacional do Samba, ritmo de música mais popular do país. A data surgiu nos anos 40 e foi escolhida para lembrar o dia em que o compositor Ary Barroso, autor da música Aquarela do Brasil, visitou Salvador pela primeira vez. Antes de conhecer a Bahia, ele já tinha composto a canção “Na baixa do sapateiro” que exaltava o estado.
O samba está intrinsecamente ligado à identidade nacional do Brasil e, já há algum tempo, o gênero musical deixou de ser patrimônio exclusivamente nacional para invadir diversos países pelo mundo afora.
A origem do ritmo é antiga, e veio dos cantos e danças que os escravos negros da África trouxeram para o Brasil. Os negros promoviam grandiosas festas públicas, onde eram realizados complexos rituais e cerimônias. A macumba e o candomblé eram festas deste tipo, e tais atividades eram acompanhadas de festins, danças e muita música.
Os principais instrumentos utilizados – de percussão, em sua maioria – eram o “Corá”, o “contin”, a “mola”, o “tantan”, dos quais se originaram o pandeiro, o tamborim, a cuica, o reco-reco e demais.
Atualmente, o samba permanece forte na cultura popular principalmente no período de carnaval. As escolas de samba, especialmente de São Paulo e Rio de Janeiro, promovem um espetáculo visto em todo mundo, mantendo acesa a chama desta tradicional cultura.
O samba e a cultura afrodescendente
O Presidente do Tucanafro São Paulo, Ivan Lima, que comanda a Escola Prova de Fogo – que está no grupo 1 do Carnaval da UESP – diz que a data é extremamente relevante para a valorização de nossa cultura. “O Brasil é conhecido por ser o país do samba, e nada mais justo que uma data para celebrar esta arte. O samba faz parte de uma cultura trazida por nossos ancestrais e que devemos preservar. A gente não perde o prazer em cantar, e aconselho a vocês que sejam sambistas também,” diz.
Para o próximo carnaval, o lema da escola será “Grandes batalhas são para grandes guerreiros”. Segundo Ivan, o objetivo é exaltar os verdadeiros heróis e a cultura negra.
Confira abaixo trecho do samba-enredo, composto por Zeca do Cavaco, Alice Rodrigues e Sandro Neves:
O sol da liberdade brilhou
Sonoridade está no batuque do tambor
Hoje eu sei, o negro é força, raça e fé. É rei!
Lutou pela paz, findou a guerra
Divino foi, Nelson Mandela
Nobre escritor, nosso Machado de Assis,
Maior resistência foi Palmares, valeu Zumbi.
Jongo, Afoxé, Maracatu e capoeira, no fundo de quintal, meu samba levanta a poeira!