O dia 25 de julho celebra o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. A data foi criada em 25 de julho de 1992, durante o primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingos, na República Dominicana, como marco internacional da luta e da resistência da mulher negra.
Cerca de 200 milhões de pessoas que se identificam como afrodescendentes vivem na América Latina e no Caribe, o que corresponde a 30% dessas regiões, e são os mais afetados pela pobreza, marginalização e pelo preconceito racial, que atingem, principalmente, as mulheres negras.
No Brasil, a mulher negra – assim como a de toda a região latino-americana e caribenha – ainva convive com todos os tipos de discriminação, preconceito e violência. Para se ter ideia, números recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 71% das mulheres negras estão em situações precárias e informais. O salário médio da trabalhadora negra continua sendo a metade do salário da trabalhadora branca. Mesmo quando sua escolaridade é similar à escolaridade de uma mulher branca, a diferença salarial gira em torno de 40% a mais para esta.
Quando trata-se de violência contra mulheres negras a situação é ainda mais alarmante. De acordo com o Mapa da Violência 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Estudos Sociais, o número de mulheres negras mortas cresceu 54% em 10 anos (de 2003 a 2013), enquanto que o número de brancas assassinadas caiu 10% no mesmo período.
Para Juvenal Araújo, presidente do Tucanafro Brasil, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, celebrado nesta segunda-feira (25/07), é mais do que uma data comemorativa. “O 25 de julho é um marco internacional da luta e resistência da mulher negra contra a opressão de gênero e o racismo. Estou certo de que empoderar essa data é contribuir na batalha histórica das mulheres em exigir melhorias da qualidade de vida da população negra em todo o mundo”, salienta.