A renomada revista People elegeu a atriz negra Lupita Nyong’o, de 31 anos, na edição especial deste ano, a mulher mais bonita do mundo.
Nascida no México, mas criada no Quênia, Lupita ganhou fama ao vencer o Oscar de Atriz coadjuvante pelo filme “12 anos de escravidão”. “Foi emocionante e um grande elogio. Fiquei muito feliz por todas as meninas que vão me ver na capa e se sentir um pouco retratadas”, disse.
A atriz revelou que associava sua beleza com o padrão que via na televisão, em que mulheres claras, com cabelos longos esvoaçantes e lisos eram destaque, e então, de forma inconsciente, gostava mais das coisas “que ela não tinha”.
No entanto, ela conta que sua mãe, Dorothy, sempre a elogiou sua beleza: “Em algum momento, eu finalmente acreditei nela”.
Recentemente, modelos negras fizeram um manifestação na entrada principal do Fashion Rio, realizado no sul da cidade, contra o baixo número de afrodescendentes nas passarelas.
Opinião
Segundo a Presidente do Tucanafro Amazonas, Eleomea Barroso, a escolha de Lupita como a mais bela do mundo serve de lição. “Vemos pouca gente exaltando a beleza dos negros, e devemos parabenizar a revista que a elegeu como a mais linda do mundo. Ela mereceu o prêmio e isso nos dá ainda mais orgulho de ser negra”, afirma.
Elaine Ribeiro, Presidente do Tucanafro Goiás, conta que o prêmio conquistado por Lupita servirá para que sua própria filha aceite com mais facilidade a sua beleza. Segundo ela, na fase adolescente, a filha chegou a ter problemas de autoestima. “O fato de não ter cabelo liso mexia um pouco com ela. Felizmente, agora ela está assumindo os cachos e vendo beleza em nossa cor”, comenta.
Elaine afirma que, pelo fato da mídia não valorizar muito este tipo de beleza, jovens acabam tendo uma noção distorcida sobre beleza. “Querem ter nariz fino, olhos verdes, pele clara para se acharem bonitas. Gostei bastante do prêmio dado à Lupita. Mostra que já estão aprendendo a exaltar nossa beleza, mas no Brasil ainda precisamos evoluir”, completa.