Um fato inusitado em uma estação de metrô em Paris, nesta terça-feira, surpreendeu o mundo do futebol e os defensores da igualdade racial. Na capital francesa para acompanhar à partida entre Chelsea e Paris Saint German, pela ida das oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa, torcedores do time inglês protagonizaram ato racista e deverão ser banidos do futebol assim que forem identificados.
Segundo informações da BBC, tudo aconteceu na estação Richelieu-Drouot, onde torcedores do Chelsea impediram a entrada de uma pessoa negra em um dos vagões do trem. O cidadão se aproximou da porta colocando um dos pés dentro do metrô, mas foi empurrado pelos torcedores que estavam posicionados na entrada do trem. Logo depois, tenta entrar novamente mas é expulso mais uma vez, agora com um empurrão mais forte.
No momento do ato racista, os torcedores cantavam “Chelsea, Chelsea, Chelsea” e outra parte do vídeo mostra torcedores da equipe de Londres gritando: “Nós somos racistas, nós somos racistas e é desta forma que gostamos”.
O Presidente da Fifa, Joseph Blatter, se posicionou contra o ato racista dizendo que condena as ações dos torcedores dizendo que não há espaço para o racismo no futebol.
Juvenal Araújo, Presidente do Tucanafro Brasil, diz esperar que os racistas sejam identificados. “Não mais espaço para este tipo de gente no futebol, na arte, em nenhuma esfera da sociedade. Com atitudes como a que tiveram estão perpetuando o ódio e o racismo que prejudica milhões de pessoas no mundo inteiro. Foi uma atitude deplorável, até pior do que as que gente já viu dentro de campo, precisamos fazer algo para mudar esta realidade”, disse.
Juvenal ainda criticou a fala do ex-técnico da seleção italiana Arrigo Sacchi, que disse ver a Itália sem identidade no futebol por ter muitos negros na base. “Comentários infelizes como o deste senhor implicam em atitudes mais severas tomadas por pessoas racistas, como essa que vimos no metrô em Paris. Ele, que tem espaço na mídia e ocupou este importante cargo, deveria medir as suas palavras e deixar o preconceito de lado”, finalizou.
*Publicado no portal do Tucanafro-Brasil