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Mais uma vez jogadores brasileiros foram vítimas de racismo jogando fora do Brasil. Os últimos alvos foram os jogadores Neymar e Daniel Alves, na partida do Barcelona contra o Espanyol, no estádio Cornellà-El Prat, em partida disputada pelo Campeonato Espanhol.
Foi atirada uma casca de banana no gramado e relatos dos presentes dão conta de que torcedores rivais imitaram sons de macaco enquanto os brasileiros pegavam na bola.
Anteriormente, Daniel Alves reclamou sobre o racismo sofrido na Espanha. Em janeiro do ano passado, após ser insultado no clássico contra o Real Madrid, o lateral brasileiro, em entrevista à imprensa, afirmou que a situação é bem comum.
– Não é somente no Santiago Bernabéu. Normalmente vivo esta situação em todos os estádios que vou. Infelizmente, é uma guerra perdida até que se tomem medidas mais drásticas. Estou há 10 anos aqui na Espanha, e desde o primeiro ano acontecem estas coisas – disse Daniel Alves na ocasião.
O depoimento de Daniel Alves deixa claro o quanto o racismo tem sido um ato rotineiro no esporte. Recentemente, as vítimas de maior destaque no futebol brasileiro foram o jogador Tinga, vítima de ato racista no Peru, e Arouca, que recebeu ofensas durante partida contra o Mogi Mirim, em São Paulo.
Segundo o Presidente do Tucanafro Brasil, Juvenal Araújo, os atos de racismo refletem a sociedade preconceituosa em que vivemos. “Tanto no Brasil, como fora, poucas atitudes efetivas são tomadas a favor da igualdade. Todos veem isso como algo lamentável, mas nunca há uma punição realmente justa. Há apenas consternação, e os criminosos racistas não são justamente punidos”, afirma.
Ainda segundo Juvenal, as ações de conscientização entre torcedores de futebol são pouco incisivas. “Aliando à punição, os torcedores devem ser educados a se comportarem bem no campo de futebol. Vemos inúmeros casos de violência e racismo que não param de se repetir. O esporte deve ser um meio propulsor de igualdade, tendo em vista que grandes atletas podem surgir em qualquer lugar, com qualquer cor e condição racial”, completa.