São inúmeras as formas de preconceito no Brasil. O país é marcado por sua multiplicidade de identidades, mas ainda assim é um local em que o racismo predomina. Não bastasse a discriminação devido à cor da pele e traços físicos, alguns negros ainda são hostilizados por serem portadores de um gene pouco conhecido: a anemia falciforme. A doença, que é genética e hereditária, provoca uma alteração nos glóbulos vermelhos – eles perdem a forma arredondada e ganham o aspecto de uma foice – e é predominante entre os negros.
Apesar do desconforto causado pela anemia – que provoca má circulação, fadiga, palidez e dores articulares entre os principais sintomas – o anêmico falciforme é capaz de viver bem se for acompanhado e medicado, como é o caso de Viviane Freitas (24). “Eu uso em casa o ácido fólico, uma vitamina que auxilia na formação das hemácias, a Dipirona, para dores, e a Hydrea”, relata. De acordo com Freitas, este último é o que proporciona melhor qualidade de vida, por amenizar os sintomas da doença e fazer com que ela viva tranquilamente.
Ainda segundo Freitas, os portadores da anemia ainda sofrem preconceito por falta de informação. “É preciso divulgar e dar exemplos, pois assim vão entender do que se trata. Muitas pessoas, por exemplo, nem sabem que possuem o gene e acabam gerando crianças anêmicas”, comentou. A estudante também acentuou sobre a importância do destaque midiático pela necessidade de apoio para com os medicamentos.
A jovem, que reside no Rio de Janeiro, diz que se preocupa com o atendimento nas cidades do interior, onde as pessoas sofrem sem ter acesso aos medicamentos. Em casos como esse, Freitas afirma que o Governo precisa interferir e auxiliar na causa.
O Presidente do Tucanafro Brasil, Juvenal Araújo, articulou com o candidato ao Governo do Estado de Minas Gerais, Pimenta da Veiga, a implementação da política de atenção integral à pessoa com anemia falciforme. “No governo de Pimenta iremos evoluir neste aspecto, e pretendemos articular também com outros Estados a implementação desta política,” argumentou.