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Durante posse, Luislinda consegue apoio do Ministro da Justiça para que religiões de matriz africana sejam representadas pelo Comitê Rio-2016

7 de julho de 2016
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candomble1A vila Olímpica da Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, receberá mais de 10 mil atletas em agosto para a maior competição esportiva do planeta.

Os esportistas, de inúmeras modalidades, representam diversos países com diferentes culturas, o que torna o evento uma ocasião perfeita para celebrarmos a tolerância e a diversidade.

Para atender às diferentes religiões, o Comitê Organizador dos Jogos preparou um centro ecumênico na Vila. No entanto, o local não contará com representantes de religiões africanas.

Durante seu discurso de posse, a secretária de Promoção da Igualdade Racial, Luislinda Valois, se posicionou duramente sobre o caso. “Fomos surpreendidos com a notícia de que o Comitê Olímpico Brasileiro reservou um espaço ecumênico na Vila Olímpica para cerimônias religiosas, mas excluiu justamente as religiões de matriz africana. Por quê? Esse é mais um tema para refletirmos”, observa a presidente do Tucanafro Bahia.

Sobre a exclusão, o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, que é responsável pela segurança durante os jogos, informou que o Ministério solicitará ao Comitê Olímpico que contemple, no Espaço Ecumênico, as religiões de matriz africana, destacando que os Jogos Olímpicos também significam inclusão.

O Comitê da Rio-2016 escolheu apenas cinco religiões para terem representantes em seu centro religioso. Somente cristãos, judeus, muçulmanos, budistas ou hindus terão sacerdotes de suas religiões no espaço ecumênico. Com isso, candomblé, umbanda e outras religiões comuns no Brasil e na África foram excluídas do ambiente.

A ausência de representantes de religiões de matriz africana vem sendo criticada por internautas e não é à toa. Segundo o Censo de 2010, as religiões africanas contam com mais de 600 mil adeptos só no Brasil.

Para o presidente do Tucanafro Brasil, Juvenal Araújo, é lamentável que a discriminação com o candomblé, umbanda e outras religiões oriundas dos negros ainda seja tão forte pelo poder público. “Por séculos, as religiões de matriz africanas convivem com o crime de ódio e preconceito. Embora hoje, as religiões tenham as leis ao seu lado, o poder público ainda demonstra a falta de interesse em dar visibilidade a essas tradições que foram perseguidas e se tornaram patrimônio cultural”, destaca Juvenal.

Confira aqui o discurso completo de Luslinda na cerimônia de posse.

Assista trechos do discurso de Luislinda Valois e do Ministro da Justiça Alexandre de Moraes.

 

 

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