Negros, pardos e indígenas terão acréscimo na pontuação em concursos públicos realizados pelo Estado de São Paulo. O governador Geraldo Alckmin sancionou na semana passada a lei que prevê esta diferenciação. O objetivo é reduzir a desigualdade racial nas esferas da administração pública estadual.
Estudos realizados pela Governo do Estado apontaram que há uma baixa representatividade de negros e indígenas quadros do serviço público paulista. “Esta pontuação acrescida ajuda, melhora as oportunidades de acesso”, declarou o governador.
Os candidatos que se enquadrarem na lei participarão dos concursos públicos em igualdade de condições com os demais candidatos, no que se refere ao conteúdo das provas e a avaliação de desempenho.
O sistema consiste na aplicação de fatores de equiparação, mediante acréscimos percentuais na pontuação final dos candidatos beneficiários, em cada fase do concurso público. A composição dos fatores de equiparação será editado no prazo de 90 dias.
Para o Presidente do Tucanafro Brasil, Juvenal Araújo, a medida é realmente necessária. “Para corrigir um atraso histórico que propicia a desigualdade racial, medidas como estas são necessárias. É a forma de garantir que negros tenham espaço. Negros não tem padrinhos, quase nunca são indicados para cargos de alto escalão, e uma medida como essa é a saída”.
Recentemente o Governo Federal anunciou o nome de seus 39 ministros e, entre eles, apenas uma é negra. “Dilma chegou a dizer que no governo dela há muitos negros no segunda escalão. Mesmo assim, acho que os negros no governo dela estão só em propagandas. Na prática, ficam escondidos,” completou Juvenal.