Os últimos dias ficaram marcados por atos cruéis de policiais americanos a negros. Nos Estados Unidos, desde 24 de novembro, quando a Justiça decidiu não indiciar o policial Darren Wilson por matar a tiros Michael Brown, um jovem negro que estava desarmado em uma praça em Ferguson, os protestos têm sido constantes.
Além da trágica morte do jovem, Eric Garner, de 43 anos e asmático, morreu em Nova York no dia 17 de julho por asfixia depois que um policial à paisana aplicou uma gravata em seu pescoço e o estrangulou, em ação que foi gravada por um pedestre que passava no local.
Também em Nova York, outro cidadão negro morreu no mês passado em uma ação classificada oficialmente como acidente. Gurley, de 28 anos, morreu ao receber um disparo no peito quando descia uma escada interna, onde dois agentes policiais realizavam uma inspeção.
No último dia 4 de dezembro, outra situação apareceu para aumentar ainda mais a revolta, desta vez no Arizona. Um agente matou com dois tiros no peito um homem negro desarmado após uma briga entre ambos em Phoenix.
Com tantos casos, os protestos por conta da violência policial e da não punição dos responsáveis pelos assassinatos ganharam força. Até mesmo em Londres dezenas de pessoas se reuniram para incentivar as manifestações dos americanos.
Juvenal Araújo lamenta os episódios e diz que o importante neste momento é a ação da população. “Não podemos, de jeito nenhum, deixar que situações como essas se tornem banais. Todos que demonstram seu repúdio aos casos sucessivos contribuem para que no futuro isso seja evitado. Precisamos nos unir para mostrar que não aceitamos este tipo de injustiça em nenhum lugar do mundo”, diz.
Para Juvenal, os casos são reflexos de uma mentalidade retrógrada que associa o negro ao crime. “É triste dizer isso, mas é lógico que, quando a pessoa é negra, parece que o agente policial sente-se mais tranquilo para fazer a agressão. Esses casos que ocorreram nos EUA têm todo o nosso repúdio, mas infelizmente acontecem por aqui também”, finaliza.