Uma criança de 11 anos foi vítima de racismo em uma escola da rede municipal de Cariacica, no Espírito Santo. Segundo a mãe da vítima, de 31 anos, a filha relatou que uma colega de classe a fotografou, nas dependências da unidade de ensino e, em seguida, publicou a foto em uma rede social, com a legenda “macaca”.
O episódio ocorreu na tarde da última terça-feira (28/06), porém, a vítima só contou à mãe na quinta-feira (30/06), por medo que os demais colegas se afastassem dela. A mãe da vítima assim que tomou conhecimento do caso foi à escola alertar a coordenação que o fato não poderia passar despercebido, inclusive, para que outras crianças não sofram o que a filha sofreu.
Para o Presidente do Tucanafro Brasil, Juvenal Araújo, o mais chocante da história é o fato de a agressora ter apenas 11 anos. “Nelson Mandela disse uma vez que ‘ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele’, portanto, ela é muito nova para ter esse pensamento racista. Às vezes, o mau comportamento vem de casa. Os filhos são os reflexos de seus pais, ou seja, o que eles veem em casa, reproduzem na rua. Os pais tem a obrigação de ensinar aos filhos que somos todos iguais”, salienta. “Uma criança quando sofre um preconceito racial, principalmente neste caso que a vítima foi exposta em rede social, ela nunca irá esquecer o ocorrido, podendo implicar em até um trauma de infância”, conclui Juvenal.

Imagem publicada em rede social
BOLETIM
A mãe da vítima foi até a Delegacia do Adolescente em Conflito com a Lei para registrar a ocorrência. No entanto, recebeu a informação de que a polícia não poderia apurar o caso, pois a acusada é menor de 12 anos. Isso porque o Estatuto da Criança e do Adolescente determina que só cabe procedimento contra maiores de 12 anos, já que até os 11, a pessoa é inimputável, ou seja, não é capaz de responder judicialmente por seus atos.