Dia 25 de julho é o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana, data criada após o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992. O objetivo de criação da data foi de unir e mobilizar as mulheres negras do continente a buscarem melhores condições de vida.
Veja o que disseram alguns nomes do Tucanafro e do PSDB sobre o dia:
Juvenal Araújo, Presidente do Tucanafro Brasil
Pouco a comemorar, muito a ser feito. A situação das mulheres negras em nosso país requer atenção especial, políticas públicas específicas, o que, sabemos, infelizmente não ocorreu com o atual Governo Federal, mesmo sendo comandado por uma mulher.
Uma mulher negra, no Brasil, deve enfrentar o machismo e o racismo e isso é algo muito duro. É desgastante, uma luta intensa, e por isso devemos sempre andar ao lado delas. As pessoas de bem devem se juntar às pessoas que lutam por uma sociedade mais igual e mais justa, e a política é o caminho. Precisamos não só de pessoas mais bem intencionadas, como de uma gestão pública mais eficiente e séria.
Anderson Maciel, Presidente do Tucanafro Mato Grosso
Penso que esta data, da mulher negra, é importante para mobilizarmos pessoas e articularmos debates sobre o feminismo e o racismo. Devemos levar em consideração todo o processo que desumaniza a população negra e no que o machismo faz com essas mulheres. É pelos dois motivos que elas sofrem um impacto negativo maior que as demais, principalmente na mercantilização de suas vidas e corpos.
Gabriela Cruz, Presidente do Tucanafro Rio Grande do Sul
Hoje é um dia muito importante para nós, mulheres negras deste País, pois podemos refletir sobre uma série de realidades e vivências que apontam o nosso dia a dia. Essa realidade está elencada pela permanência da discriminação de gênero, do racismo, exploração de classe, violência e morte, que estão ainda muito presentes em nossa sociedade.
Chegou a hora da afirmação de ideais e reafirmação da nossa condição enquanto cidadãs e sujeitos políticos que fazem o enfrentamento, todos os dias, a diversas barreiras e desigualdades persistentes. Sabemos que as mulheres negras ocupam os lugares mais desfavoráveis na estrutura social e econômica deste país. Mas nós queremos mudar esta realidade e, por isso, estamos aqui no Tucanafro Brasil para pensarmos juntas uma nova concepção política, que realmente valorize e dê garantia de direitos à mulher negra.
Thelma de Oliveira, primeira-vice-presidente do PSDB Mulher
Hoje (25), a sociedade brasileira pode mais uma vez discutir a questão da discriminação racial no Brasil com os olhos voltados para a mulher negra. A mulher negra recebe menores salários, como atesta a pesquisa do DIEESE. Os salários das mulheres negras são quase a metade do salário das não-negras e inferior em cerca de 10% do salário do homem negro.
Mas a dupla discriminação não se restringe ao mercado de trabalho. Como esposas, companheiras, mães e irmãs de negros, elas sofrem com outra trágica realidade: a morte de seus entes queridos.
De acordo com o Mapa da Violência 2014, as principais vítimas de mortes violentas no país são jovens do sexo masculino e negros. Com tanta dificuldades em se afirmar numa sociedade discriminadora como a brasileira, a luta da mulher negra deve ser apoiada e inserida na vida partidária, como fez o PSDB ao criar o Tucanafro.
É um passo que pode parecer pequeno, mas é o começo da conscientização dessa dupla discriminação e uma razão a mais para nos mobilizarmos.
Cândida de Magalhães, Presidente do Tucanafro Roraima
Está é uma data internacional de visibilidade da mulher negra. Não é fácil ser mulher e lutar constantemente contra o machismo e contra as desigualdades sociais. E, quando a mulher é negra, acrescenta-se também a luta contra o racismo.
Que neste dia 25 de julho de 2014 possamos ampliar e fortalecer as discussões sobre a identidade e o papel da mulher brasileira, que é fruto da miscigenação de raças e assume cada vez mais a posição de chefe de família, provedora do sustento e criação de seus descendentes, além de ser responsável pela construção diária da sociedade brasileira.
Elaine Ribeiro, Presidente do Tucanafro Goiás
Neste dia especial, quero deixar a minha mensagem de carinho e respeito a todas as mulheres que, como eu, são negras, guerreiras, mulheres de valor, princípios e determinação deste nosso belo país.
Que possamos lutar para garantir nossos direitos neste Brasil ainda marcado pela desigualdade racial.