Tristeza, consternação e revolta. Difícil descrever o que sentimos após o que aconteceu com a senhora Claudia da Silva Ferreira, de 38 anos, negra, atingida por dois tiros numa operação policial na Comunidade Congonha, no Rio de Janeiro.
Não bastasse ela ter sido vítima de uma injustiça tremenda, Claudia foi colocada no porta-malas de um carro da PM para ser levada ao hospital. No meio do caminho, a tampa do compartimento abriu, ela ficou pendurada por um pedaço de roupa no para-choque do carro e foi arrastada por pelo menos 250 metros. Ela não sobreviveu.
Um tratamento desumano e selvagem que culminou com a prisão de três policias, o que ainda é pouco. Um acontecimento como este nos faz refletir a forma como nossa sociedade vem caminhando. Por ajuda da tecnologia, este momento foi registrado, mas temos a ciência que cenas como essas não são tão raras assim.
Entre os negros, as maiores vítimas de assassinatos no Brasil – já que duas a cada três pessoas assassinadas no país são afrodescendentes – isso é muito mais comum. A ação dos policiais foi desumana e covarde, e parte deles são completamente despreparados. Quando chegam à periferia e veem um negro, já fazem o mau julgamento. Isso precisa acabar!
Os negros clamam por respeito e dignidade. Não podemos mais ser julgados por nossa cor da pele, pelo lugar em que moramos e condição social que temos.
Nossa vida precisa ter mais valor.
O Tucanafro Brasil está de luto!
Juvenal Araújo
Presidente do Tucanafro Brasil
