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PSDB – Tucanafro
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Pela primeira vez, em 24 anos, Corinthians será comandado por um negro

22 de junho de 2016
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CRISTOVAOBORGESA contratação de Cristóvão Borges para técnico do Corinthians envolve uma questão que ultrapassa o limite das quatro linhas: o preconceito racial no futebol. Após 24 anos, o clube do Parque São Jorge volta a ser treinado por um negro. Em 1991, Cilinho teve uma rápida passagem pelo Timão. No ano seguinte, 1992, Basílio, também teve uma breve passagem pelo clube. De lá para cá, nenhum negro assumiu a equipe profissional de futebol do Corinthians.

O Presidente do Tucanafro Brasil, Juvenal Araújo, observa que a contratação de Cristóvão Borges por um dos maiores clubes do país pode contribuir parar quebrar a barreira que o negro tem seu local definido no esporte: como atleta. “Ao contrário do que muitas pessoas defendem, o futebol não é um ambiente onde prevalece a igualdade racial. Um exemplo disso é que dentro de um clube é possível ver negros apenas como atleta ou em cargos considerados inferiores, como massagista e roupeiro. Porém, nos cargos de grande importância, como dirigente e técnico, não há espaço para os negros”, salienta.

Para se ter ideia, entre os 20 clubes que disputam a primeira divisão do Campeonato Brasileiro, apenas dois times são treinados por negros, são eles: Grêmio (Roger Machado) e Corinthians (Cristóvão Borges). Vale lembrar também o caso do técnico Andrade, que saiu do Flamengo em abril de 2010 após ter vivido o auge da carreira, com um título do Campeonato Brasileiro de 2009, um dos mais disputados da história do formato de pontos corridos. Mesmo em alta, ele passou cinco meses sem clube, depois teve curtas passagens por Brasiliense (2010), Paysandu (2011), Boavista (2012), São João da Barra (2014) e Jacobina (2015). Atualmente, Andrade está desempregado.

Para Juvenal, o que há no futebol é o reflexo do mesmo racismo que está inserido na sociedade. “Envolve algo muito além do futebol. Isso é uma questão cultural de que os negros não seriam capazes de coordenar e gerir uma equipe ou até mesmo uma empresa. Podemos ver que as grandes empresas do país e do mundo não são administradas por negros. No futebol, não seria diferente”, conclui o presidente do Tucanafro Brasil.

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