Em Belo Horizonte, um homem foi acusado de chamar a jogadora de vôlei e bicampeã olímpica Fabiana de “macaca”, em jogo realizado na última terça-feira (27), durante o jogo entre Minas X Sesi pela Superliga de vôlei. Segundo a jogadora, o homem a insultava o tempo inteiro, gritando, quando ela ia realizar o saque, “olha a macaca, joga a banana pra macaca”.
Como aconteceu no ano passado em casos de racismo no meio do esporte, a repercussão foi muito grande e até os próprios atletas estão se solidarizando para promover a conscientização sobre o problema.
Jefferson Gonçalves de Oliveira, de 43 anos, alegou que não chamou a jogadora de “macaca”, mas de “africana”. Ele ainda alegou que foi na “onda da torcida” e reconheceu que errou na escolha das palavras.
No boletim de ocorrência feito pela polícia, a jogadora não é citada. O texto fala apenas em atrito entre torcedores e a súmula do jogo também não menciona a suposta injúria racial.
Opinião
Para Juvenal Araújo, Presidente do Tucanafro Brasil, a sociedade já mostrou que não tolera mais casos como esse. “A reação da torcida do Minas que repreendeu, no mesmo momento, a atitude do torcedor, foi louvável. O problema é que, como não há punição exemplar a esses criminosos, são fatos que acabam se repetindo todo ano, agora até no vôlei,” diz.
Juvenal ainda afirma que respeita a decisão de Fabiana de não levar o caso adiante, mas espera que algo aconteça a quem proferiu as ofensas. “A tolerância para este tipo de fala acabou. Ninguém aguenta mais, porque isso fomenta um preconceito que faz muito mal à sociedade. Precisamos sempre bater na tecla da igualdade, e não adianta falar sobre isso só quando ocorrem casos como esse, a conscientização tem que acontecer sempre, especialmente nas escolas” opina.