Uma mulher foi vítima de preconceito e racismo em pleno Dia da Consciência Negra em um salão de beleza localizado em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. As informações são do site Campo Grande News.
De acordo com o boletim de ocorrência a mulher foi chamada de “negra nojenta” e “negra sebosa” por uma cliente.
Segundo o registro policial, a vítima de 22 anos, que trabalha como manicure no salão, estava atendendo uma mulher de 41 anos, que pediu que ela refizesse o trabalho, já que suas unhas estavam com uma cor amarelada. A manicure lembrou que a mãe da acusada possui as unhas de cor amarela, por conta de uma doença, mas não questionou e refez a pintura.
Mesmo ao refazer “as unhas” da cliente, acusada continuou a insultar a manicure e a chamou de “passa fome”. Ainda disse “quem era ela para estar ali”, conforme o registro. A vítima relatou que ameaçou ir embora e pediu para a cliente parar e que não era para falar com ela daquele jeito.
Com isso a vítima se levantou, para ir embora do salão, momento em que a cliente começou a chamá-la de “negra nojenta” e “negra sebosa”, então a manicure se virou e perguntou o que ela tinha dito, quando a vítima repetiu o discurso.
A dona do salão, que é irmã da acusada, interveio e pediu para que a manicure não fosse embora. Ainda afirmou que ela também teria gritado com a cliente, mas a vítima se justificou e disse que só discutiu, por que a mulher teria insultado ela.
A manicure saiu do salão e telefonou para a mãe, para que ela fosse buscá-la, por conta do nervosismo. Ao chegar ao local, a mãe da vítima foi até o salão para falar com a proprietária e a acusada, mas a dona do estabelecimento fechou o portão, para que a mulher pudesse fugir, de acordo com o registro policial.
A proprietária do salão confirmou que a irmã teria insultado a funcionária e ainda afirmou que ela nunca tinha feito um trabalho errado ou desrespeitado alguém. A dona do local pediu para que a mãe não chamasse a polícia, já que ela sabia “o jeito que ela é” e pediu desculpas.
O Presidente do Tucanafro Mato Grosso do Sul, Rafael Domingos, lamentou o caso. “Por ter coincidido com um dia que existe para refletirmos sobre o racismo, o fato se tornou ainda mais emblemático. O que não podemos é olhar para este tipo de situação e achar que faz parte, que é normal. Vamos sempre mostrar todo nosso repúdio para este tipo de atitude”, diz.
Rafael ainda disse que espera punição. “Quando fica comprovado que a pessoa cometeu racismo, ela deve ser punida. Só com punições exemplares vamos inibir este tipo de comportamento. A sociedade não tole mais este tipo de ação,” opina.