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“Racismo: A luta não é só do negro, é minha também!”, por Anderson Ciriaco

19 de maio de 2014
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Anderson_MacielCaminhamos para os 18 anos de quando o então Presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu a existência do racismo e da discriminação racial no Brasil, iniciando as políticas voltadas à classe, onde hoje temos criada pelo Governo Lula a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, sem quaisquer dúvidas, um passo importante para a defesa dos direitos dos negros.

Todavia, esta mesma secretaria não obteve o impacto e a visibilidade que deveria ter. Falo isso com propriedade por dois motivos simples: primeiro, porque milito, desde 2004, intensamente na causa em Sinop-MT. Segundo, durante a Conferência de Promoção da Igualdade Racial, realizada em Cuiabá-MT, em agosto de 2013, a servidora, que no ato representava a Ministra Luisa Bairros, admitia o fato de terem criado leis importantes, assumindo, porém, que não foram capazes de inseri-las na prática no dia a dia do cidadão brasileiro, trazendo os benefícios reais.

Cabe reiterar aqui que, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2004, 48% da população é negra (42,1% de pardos e 5,9% de pretos). Da população negra, aproximadamente a metade é composta por mulheres, 50,1%. As mulheres negras são mais de 43 milhões de pessoas, o que representa 24,1% do total da população brasileira.

Ou seja, é necessário todo tipo de auxílio no combate ao racismo, ao preconceito e à discriminação racial presentes no nosso cotidiano. Embora, tal auxílio, infelizmente, seja um assunto menosprezado pela maioria da nossa sociedade e encoberto pela falsa “democracia racial”. Sim, falsa democracia racial. Um exemplo desta falsidade foram as maldosas publicações, feitas ontem (15), expondo a Presidente do Tucanafro de Roraima pelo simples fato dela ser loira.

Ora, a luta pelo combate ao racismo não é uma luta de todos? Diminuir o trabalho das pessoas realmente preocupadas com o combate às desigualdades raciais de racismo é projetar seu próprio preconceito no outro para fugir covardemente do debate sério e construtivo.

Reafirmo, a questão do negro e do racismo é uma questão nacional e é responsabilidade de toda sociedade, regulamentadas através da Constituição e de leis específicas que precisam ser divulgadas e, acima de tudo, colocadas em prática. Só assim poderemos erradicar, de uma vez por todas, uma das maiores injustiças sociais do nosso país.

Somos sabedores ainda de que a existência e a aplicação das leis não são suficientes para a erradicação da discriminação racial. Por isso, surge o Tucanafro, com o propósito de somar fileiras no trabalho de vascularizar consciência e solidariedade quanto ao tema, contribuindo para que você possa perceber que a discriminação racial, quando atinge a pessoa negra, por extensão, não só atinge todo povo negro, mas também todo ser humano, independente da cor ou raça.

Anderson Maciel

Coordenador do Tucanafro Sinop (MT) e Diretor de Cultura e Eventos do Tucanafro Brasil

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