“A realização de parcerias entre a Seppir e a Universidade de Brasília (UnB) para a promoção da igualdade racial” foi tema de reunião ocorrida nesta quarta-feira (6/7), no gabinete da secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luislinda Valois. No encontro, estiveram presentes duas representantes da UnB, a decana de Assuntos Comunitários, Thérèse Hofmann, e a diretora de Diversidade, Maria Inêz Montagner.
Na ocasião, a secretária e presidente do Tucanafro Bahia, Luislinda Valois, citou pesquisas e monitoramentos sobre o Plano Nacional de Enfrentamento aos Homicídios de Jovens. “Uma das nossas prioridades é combater o alto índice de assassinatos de jovens negros e pobres, os principais afetados”, afirmou.
A titular da Seppir acrescentou que o racismo no Brasil persiste de forma “mascarada”, de forma a interferir nas condições de vida da população. Com isso, a necessidade de fortalecer políticas voltadas ao enfrentamento das discriminações. “À medida que a sociedade vai mudando, o racismo também se modifica. Uma nova roupagem é utilizada, para fingir que nada está acontecendo”, disse Luislinda.
Cooperação
“A gente tem que ter uma integração muito forte. Contamos com ONGs, governo, redes de universidades e a comunidade, a fim de desenvolver pesquisas e utilizar os dados para subsidiar ações”, destacou a decana de Assuntos Comunitários da Universidade, Thérèse Hofmann. “Com a informação correta, os recursos são aplicados da melhor forma e se resolvem os problemas”, ressaltou.
Thérèse também chamou a atenção para a importância de se oferecer condições à permanência de estudantes cotistas, além da necessidade de investimentos em cursos de conscientização para agressores. Segundo ela, “no combate à violência contra a mulher, por exemplo, a gente tem que contribuir de forma que o denunciado entenda que ele precisa mudar”.
Em continuidade às discussões, a diretora de Diversidade da UnB, Maria Inêz Montagner, trouxe à pauta a formação de pesquisadores em saúde da população negra que, de acordo com ela, precisa de mais investimentos. O encontro foi propício, ainda, para abordar questões referentes à situação dos diagnosticados com anemia falciforme, doença que atinge principalmente pessoas negras.
Mestrado
Entre as ações já concretizadas por meio de parceria, está o “Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais” (MESPT), do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB). Com duração de 24 meses, o curso aborda as linhas de pesquisa “Gestão Territorial e Ambiental”, “Educação Intercultural para a Sustentabilidade”, e “Produção Sustentável e Segurança Alimentar”.
Realizado com o apoio da Seppir, o curso visa à formação de profissionais para o desenvolvimento de pesquisas e intervenções sociais, com base no diálogo de saberes – científicos e tradicionais – e em prol do exercício de direitos, do fortalecimento de processos autogestionários da vida, do território e do meio ambiente, da valorização da sociobiodiversidade e salvaguarda do patrimônio cultural (material e imaterial) de povos indígenas, quilombolas e demais comunidades tradicionais.
*Com informações da Seppir