Foi um prazer enorme ver o nosso presidente da legenda, senador Aécio Neves, aderindo a campanha “Moreno não, sou negro!”. Recentemente tivemos experiência semelhante ao ver Pimenta da Veiga, presidente do ITV-MG, vestindo a camisa e afirmando o ideal do partido de buscar a igualdade racial.
É necessário, mais do que fazer promessas, que os próprios políticos reconheçam o problema do racismo no Brasil. Alguns preferem fechar os olhos para o que os próprios números dizem, mas não dá pra resolver um problema sem encará-lo de frente.
O PSDB é sábio e perspicaz ao dar todo o apoio e estrutura para que nós, do Secretariado Nacional da Militância Negra – Tucanafro Brasil, possamos estar próximos de nosso povo, ouvindo demandas e carências da população negra. São muitas as necessidades. Melhores salários, mais segurança, respeito e oportunidades são as maiores reivindicações.
Ao longo da semana, pudemos ver uma grande repercussão pelo fato de Aécio ter vestido a camisa de nossa campanha “Moreno não, sou negro”. A oposição, por estar vivendo um momento de queda, se irritou e acaba deixando o debate – que poderia até ser construtivo – tenso, por tantos ataques sem fundamento.
O propósito da campanha é claro e nobre, pois buscamos a valorização da cultura e do modo de ser do afrodescendente. Não é raro ouvirmos as pessoas nos caracterizar como morenos escuros, estando receosas de dizer a verdade. Esse receio advém dos tempos de escravidão, do mais alto nível de preconceito.
Hoje, as coisas mudaram e devemos olhar para nós mesmos com orgulho de ser quem somos. Não podemos deixar que duvidem do nosso potencial pela nossa cor. Somos negros, sim, e temos orgulho disso. Assumimos nossas origens e não teríamos porque nos envergonhar dela. A atitude afirmativa, proposta na campanha, visa fazer com que todos reconheçam e valorizem as virtudes dos negros.
É triste, às vezes, vermos crianças negras dizendo que desejariam ser brancas. Ouvindo mentiras elas não conseguiram perceber a imensa beleza que possuem. Cabe a cada um contribuir para que este mito seja extinto definitivamente.
Nesta semana, já vimos um bom sinal de mudança de mentalidade na eleição da Revista People, que elegeu a atriz negra Lupita Nyong’o como a mais bela do mundo. Aqui no Brasil seria difícil ocorrer algo semelhante.
Devemos ter a consciência de que a luta pela igualdade não é só do negro, mas de cada indivíduo que deseja viver num lugar melhor. Afinal, tendo todos nós as mesmas oportunidades, naturalmente teremos menos violência e mais bem estar.
O que nós, negros, queremos não é entrar em disputa com os brancos, desejamos tê-los como aliados.
E ter Aécio como parceiro nos enche de esperança por um Brasil com igualdade. Estamos certos que iremos caminhar para viver num lugar melhor tendo ele como referência na política.
“A luta não é do negro, é nossa!”
