FHC no topo, apesar do PT
POSTADO ÀS 14:23 EM 01 DE Julho DE 2011
Por Terezinha Nunes
Historiadores e cientistas políticos alheios a influências partidárias sempre ressaltaram que, apesar dos altos índices de popularidade do ex-presidente Lula, e da eterna cantilena do PT, que usou e abusou do tema “herança maldita” para reduzir a importância do legado do ex-presidente Fernando Henrique, um dia o Brasil iria fazer justiça a FHC, citando-o como um dos mais importantes dos presidentes que o país já teve.
Mas é tão forte ainda a máquina propagandística do PT e o seu ameaçador patrulhamento ideológico, que se imaginava a possibilidade disso vir a acontecer após décadas de análises quando, talvez, nenhum dos dois contendores – FHC e o próprio Lula – estivessem entre nós.
É, portanto, com surpresa que muitos estão vendo Fernando Henrique completar 80 anos cercado de aplausos e de reconhecimento, não só daqueles que sempre o admiraram, mas, sobretudo, dos opositores.
A própria presidente Dilma, em nota pública, desmentiu todo o discurso petista de anos, realçando que o Brasil deve a Fernando Henrique a estabilidade econômica que permitiu ao país todos os avanços vistos hoje. Mas não ficou só aí. A imprensa internacional, que já vinha realçando a importância dos dois mandatos do PSDB para a formação dos alicerces do progresso econômico e da consolidação da democracia brasileira, coloca hoje FHC e Lula num mesmo patamar.
O primeiro, pela inserção do país no rol das maiores e mais importantes nações do planeta e o segundo pelo recurso à ampliação dos programas de distribuição de renda, que vêm tirando cada vez mais pessoas da pobreza.
Os analistas, porém, lembram que, mesmo para distribuir mais a renda do que FHC, Lula precisou usar os instrumentos criados pelo antecessor para tocar sua administração. Manteve a política econômica tucana e apenas ampliou o bolsa escola , batizado de bolsa família, para avançar na distribuição de renda.
Mas, talvez, o que mais explica a boa fase vivida por Fernando Henrique seja a volta da inflação que assusta ricos e pobres, mazela que ele liquidou com o Plano Real e que o PT, infelizmente, não está sabendo controlar. Além, é claro, dos sucessivos escândalos que macularam a administração de Lula e continuam a florescer na gestão de Dilma.
A morte do ex-ministro da educação Paulo Renato, esta semana, demonstrou que o legado de FHC é muito maior do que a simples reabilitação da economia ou mesmo a postura ética que sempre adotou. Saiu de sua administração, só para citar alguns, o ENEM, o Fundef, a universalização da escola pública, a estabilização do sistema bancário, que nos livrou de um mergulho na crise econômica mundial, e as próprias privatizações que permitiram aos brasileiros, entre outras coisas, o acesso sem limite ao telefone celular.
Pelo andar da carruagem “as boas heranças” de FHC não vão parar de florescer daqui para a frente. Quem viver, verá.
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