Auditoria aponta irregularidade em contratos de familiares de Erenice Guerra

Os indícios reforçam a existência de uma enorme rede de corrupção

Acompanhe - 30/09/2010

Os indícios reforçam a existência de uma enorme rede de corrupção

Brasília (30) – As primeiras auditorias da Controladoria-Geral da União (CGU) para apurar as suspeitas de tráfico de influência envolvendo familiares da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra encontraram indícios de irregularidades na atuação do seu irmão José Euricélio em contratos da Universidade de Brasília (UNB). A Controladoria finalizou quatro das nove auditorias sobre as denúncias de corrupção relacionadas à ex-ministra.

Para o deputado Gustavo Fruet (PR), as auditorias só comprovam a existência de uma rede de corrupção ampla. “Os indícios reforçam a existência de uma enorme rede de corrupção, que envolve altos funcionários próximos ao Palácio do Planalto”, afirma. “Com várias denúncias e indícios, concluímos que o esquema era de conhecimento da cúpula ministerial do Planalto.”

De acordo com a Folha de São Paulo, em matéria publicada nesta quinta-feira, a Controladoria-Geral da União encontrou suspeita de irregularidade em contratos de R$ 2 milhões na atuação de João Euricélio junto à universidade federal, quando ele foi coordenador-executivo de projetos na editora da UNB.

“A auditoria da CGU, embora ainda não esteja concluída, encontrou indícios de irregularidades relacionadas, sobretudo, à escolha da instituição para a realização dos serviços e ao pagamento de R$ 2,1 milhões por produto que aparentemente não atendeu à demanda estabelecida pelo Ministério das Cidades”, diz a auditoria.

Em outro caso, ainda relacionado ao irmão da ex-ministra, a auditoria afirma ainda que Euricélio trabalhava, “em períodos próximos e seguidos”, tanto no Ministério das Cidades como na editora da Universidade de Brasília. O ministério teve 15 dias para apresentar justificativas antes de a Controladoria concluir a análise.

A auditoria analisou ainda os pedidos de financiamento de uma empresa de energia solar junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Como denunciou a Folha de S. Paulo, Israel Guerra, filho de Erenice, teria tentado intermediar o empréstimo mediante pagamento de propina. A empresa recusou as condições e o negócio desandou. Segundo a CGU, o financiamento do BNDES foi rejeitado por questões técnicas.

O governo federal analisou também o processo de compra do remédio Tamiflu, usado para combater a gripe suína. Segundo a revista “Veja”, o ex-assessor da Casa Civil, Vinícius Castro, recebeu R$ 200 mil de propina no caso. De acordo com análise preliminar, “não se vislumbrou qualquer oportunidade para a alegada cobrança de propina”.

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30/09/2010