“Desalento total para os trabalhadores”, diz Caio Narcio sobre demissões em Minas
O polo de moveis de Ubá, em Minas Gerais – um dos mais importantes geradores de emprego da região – vem sofrendo com a desastrosa condução da economia tanto por parte do governo federal quanto pelo estadual, comandado pelo petista Fernando Pimentel. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, somente no ano passado 2.227 vagas foram fechadas no setor – o que representa cerca de 15% dos empregos gerados pelo ramo – e mais mil demissões devem acontecer no início deste ano, segundo estimativas de empresários ouvidos em matéria publicada pela Folha de São Paulo. Além disso, 12 fábricas fecharam apenas nos últimos dois anos, segundo o sindicato moveleiro local.
Para o deputado federal Caio Narcio (PSDB-MG), o resultado negativo é reflexo de fatores como o aumento do ICMS em Minas Gerais – que elevou, entre outras coisas, a conta de energia no estado -, a instabilidade para investimentos do setor privado e a falta de programas de incentivo para o setor. O parlamentar destacou que o cenário tira qualquer esperança dos trabalhadores da região.
“É uma situação de desalento total, sem nenhuma perspectiva de retomar o emprego e sem lugar para ir. O governo não enxerga isso, não tem nenhum tipo de atenção com essas pessoas e a situação vai ficando cada dia mais agravada. As decisões que eram para ser tomadas para voltar a crescer, voltar a gerar um ciclo virtuoso na economia não estão sendo tomadas. Nesse meio, o trabalhador e as pessoas mais humildes são as que mais sofrem”, avaliou o deputado.
Uma das empresas afetadas citadas pela reportagem é a Móveis Palmeira, que entrou em recuperação judicial no ano passado depois de ver suas vendas caírem 30%. A continuidade das atividades da companhia só foi possível em função de duras mudanças. “Demitimos 50 trabalhadores em 2015. Estamos funcionando em apenas um turno e em período parcial, de quatro dias na semana”, disse Robério Teixeira da Silva, um dos sócios da Palmeira, empresa fundada há 36 anos.
A saída para o preocupante cenário é a diminuição dos impostos, na visão de Narcio. “A única receita para o Brasil voltar a crescer é redução de impostos e geração de empregos. Aí vai ter injeção de dinheiro na economia, o que vai ajudar as indústrias a voltarem a crescer”, disse. “Acho que o grande exercício, que não tem sido feito, é o do diálogo para com o setor, para evitar que esse tipo de coisa aconteça. De repente se você estimula, através de um programa específico para a região, você consegue retardar ou pelo menos amenizar as consequências que esses empresários têm tido”, encerrou o tucano.