Intermediação na Casa Civil: um já caiu
Revista Veja denuncia existência de uma central de negócios suspeitos no governo
Revista Veja denuncia existência de uma central de negócios suspeitos no governo
Brasília (13) – A denúncia de que Israel Guerra, filho da atual ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, junto com um amigo montou um esquema de intermediar negócios com o conhecimento e a participação da mãe, já derrubou o primeiro envolvido: Vinícius de Oliveira Castro, assessor da ministra Erenice Guerra, pediu exoneração já nesta segunda-feira.
O pedido de desligamento ocorre após o funcionário ter sido citado em denúncia de Veja, na edição desta semana. De acordo com a revista, Israel Guerra tornou-se um próspero consultor de negócios, à sombra da mãe e tinha Vinícius como sócio.
Com a consultoria, Israel é acusado de operar a concessão de um contrato de R$ 84 milhões para o empresário Fábio Baracat, dono da Via Net Express e sócio da MTA Linhas Aéreas, com os Correios. Desse valor, 6%, conforme contrato mostrado pela revista, ou cerca de R$ 5 milhões, teriam ido para a Capital Assessoria e Consultoria, do filho da ministra, para saldar “compromissos políticos”.
Para Alvaro Dias, a Casa Civil virou uma fortaleza “escura do governo, uma casa mal assombrada”. Para ele, a denúncia de esquema de lobby na instituição é “estarrecedora” e contamina a candidatura de Dilma Rousseff. “Está mais do que contaminada a candidatura de Dilma depois das denúncias. Erenice é alma gêmea de Dilma. Sua parceira e sucessora.”
Já na avalição de Eduardo Azeredo (MG), o governo federal deve explicação à sociedade brasileira, “pois existe uma sequência de denúncias de corrupção que está sem esclarecimento”. O senador mineiro afirma que é preciso acabar com essa indústria de dossiês. “É importante colocar um fim nessa indústria de dossiês criada pelo governo do PT.”
Segundo Veja, para nas transações, Israel Guerra incluía ainda, a participação de Stevan Knezevic, servidor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Para realizar reuniões com empresários, o trio recorria a escritório de advocacia, em Brasília, que tem como sócio Márcio Silva, integrante da coordenação jurídica da campanha do PT a Presidente da República.
Além de acesso às salas do Palácio do Planalto, a Capital tinha abertura em outros órgãos. Antes do contrato milionário com os Correios se concretizar, a consultoria intercedeu junto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para que a MTA Linhas Aéreas renovasse sua licença de voo. A licença foi liberada, segundo Veja, após depósito de R$ 120 mil na conta da Capital.
Reforçando a denúncia, a Folha de S. Paulo mostrou nesta segunda-feira transação suspeita do órgão. Em 15 de dezembro do ano passado, a diretoria da instituição havia negado o pedido de renovação da licença da MTA. No entanto, contrariando a diretoria, a presidente da Anac, Solange Vieira, no dia 18, concedeu a renovação estendendo o prazo de três para dez anos.