Brasil não deve reconhecer transmissão da presidência do Mercosul para a Venezuela

Imprensa - 28/07/2016

Dilma Rousseff recebe presidente da VenezuelaBrasília (DF) – O governo Michel Temer não deve reconhecer a transmissão da presidência rotativa do Mercosul, feita à revelia de membros do bloco, para a Venezuela. Relatos da imprensa do Uruguai, país que atualmente detém a presidência do grupo de países, indicam que o presidente Tabaré Vázquez está inclinado a dar por encerrado o período uruguaio à frente do bloco no próximo sábado, durante reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC).

As informações são de reportagem desta quinta-feira (28) do jornal Valor Econômico. Brasil e Paraguai são contrários à transmissão da presidência aos venezuelanos, e não devem mandar representantes à reunião de sábado.

Enquanto o Brasil defende que a transferência só poderia ocorrer por consenso entre todos os países, os uruguaios se baseiam no entendimento de que não há, no marco jurídico do Mercosul, nenhuma norma de como deve ser feita a transferência rotativa do bloco.

Brasil e Paraguai avaliam que a Venezuela não cumpriu todos os requisitos normativos para integrar o bloco – entre eles, uma série de acordos, protocolos e regras, dentro de um prazo estipulado em quatro anos, que deve acabar em breve. Além disso, a situação dos direitos humanos no país, com a prisão de políticos opositores e os empecilhos à atuação da Assembleia Nacional, são vistas com preocupação.

As chancelarias dos dois países destacam que o assunto deve ser abordado durante a cúpula da entidade, no dia 12 de agosto, e que a presidência do bloco deve permanecer com o Uruguai até lá. Já a Argentina não marcou uma posição clara sobre o tema.

Segundo o Valor, o Ministério de Relações Exteriores do Uruguai sinalizou que o assunto pode ser tratado ainda hoje, em Lima, durante a posse do presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski. O evento vai contar com a presença do presidente uruguaio Tabaré Vázquez, do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, do presidente argentino Mauricio Macri, do presidente paraguaio Horacio Cartes e do chanceler brasileiro José Serra.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal Valor Econômico.

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28/07/2016