Renato Meirelles, dono da Data Popular, empresa especializada em pesquisas com a população de baixa renda, que representa a maioria da população brasileira, em sua análise sobre as eleições 2014 disse que “sem dúvida é a classe C quem vai definir esta eleição”, em referência ao grupo que representa 54% do eleitorado. “Ela está em busca de uma alternativa de mudança. Se essa alternativa vai ser a própria presidente Dilma, se vai ser o Aécio ou a Marina, os próximos dias vão dizer”, observa.
Meirelles diz que Marina tem grande potencial para seduzir esta classe social. Diz que Marina tem uma imagem simbólica enquanto candidata. Que a ex-ministra é o elemento novo que casa com o desejo de mudança… o eleitor quer saber mesmo quais são as soluções que ela, vai apresentar para melhorar os serviços públicos dos quais ele depende: de saúde, à educação, passando por transporte público. “O eleitor não quer saber se é A, B ou C. As pessoas querem alguém que dê o suporte e as ferramentas necessárias para que, por mérito próprio, possam melhorar de vida”, afirma.
Pois bem, em nada até o momento os debates e entrevistas vem abordando a forma como Marina pretende governar, dos principais candidatos, a única sem qualquer experiência em gestão pública.
Como será que ela pretende conduzir a política econômica? Questões de saúde e segurança? Relações exteriores, dívida pública, educação? Como será a gestão de “seu governo”, caso eleita.
Mesmo caótica, sabemos como é a gestão de Dilma e o futuro que nos aguarda, e Deus nos permita nos livrarmos dele!
Aécio tem projeto, proposta e até a indicação para Ministro da Fazenda, Armínio Fraga, que já teve sob seu controle todo o sistema financeiro nacional, ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Gávea Investimentos, reconhecidamente um dos economistas mais respeitados e influentes do Brasil. Mas e Marina?
O mesmo Renato Meirelles, em entrevista ao El País no último dia 24, disse que “o pouco tempo joga mais a favor dela (Marina), que do Aécio ou da Dilma. A imagem simbólica, o mito da Marina é maior do que a Marina como candidata. Esse mito tem um misto de algo mais messiânico, e tem uma vontade efetivamente de terceira via. Ela não tem muito o que falarem mal. Então ela é o diferente. E é por isso que cresce. Isso é diferente de se você tem uma eleição que fale: “Ok, mas ela vai resolver o problema da educação? E a qualidade dos serviços públicos? Efetivamente vai melhorar? Qual é a proposta que ela tem para que a economia brasileira volte a crescer?”. Essas perguntas vão ser feitas e ela vai ter que responder.”
Então, o que faltam para as respostas certas aos eleitores, é a pergunta certa, enquanto permitirem que Marina desfile com a saga da mulher pobre, sofrida, que com dificuldade lutou para ter uma vida de melhor qualidade material e intelectual, isso vai vender como terceira via, uma bela embalagem de luta e sucesso que todo povo gosta, o que não significa que sua experiência individualmente virtuosa nos levará ao Nirvana e que estamos dispostos a entregar nossa vidas, as vidas de milhões de brasileiros, uma nação inteira, em uma aventura eleitoreira com uma gestora que na prática não cumpriu seu mandato no executivo enquanto Ministra do Meio Ambiente, e que deixou de lado os interesses de sua pasta pelo discurso evasivo e a possibilidade de ser uma bala perdida, mas certeira, nas eleições de 2010.
O mundo real é não igual ao mundo sonhado, mas é possível alcançar qualidade de vida, renda, emprego, saúde, educação a cada degrau entre esses mundos. Aécio tem conteúdo, tem um projeto para o Brasil, propostas que se apresentam como a alternativa para o modelo que aí está.
Então, com relação a Marina, se o povo brasileiro continuar dourando a pílula, talvez acabem com um placebo nas mãos, ou seja, algo que não tem efeito prático, que é aplicado para ludibriar o cliente!