Paraná aposta em pesquisa e tecnologia para melhorar produção
Estado é atualmente o primeiro colocado nacional na produção de trigo, feijão, cevada, frango e tilápia
Mesmo representando apenas 2,3% do território nacional, com 199 mil quilômetros quadrados de área, o Estado do Paraná anualmente se consolida como um dos maiores produtores de carne e grãos do Brasil. Ano passado, o Estado manteve a representatividade no ranking nacional como o segundo maior produtor de grãos. Ficou atrás apenas do Mato Grosso.
O Paraná é governado por Beto Richa (PSDB).
Para ter uma ideia, de acordo com dados da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), o estado é atualmente o primeiro colocado nacional na produção de trigo, feijão, cevada, frango e tilápia, esse um mercado ainda em expansão no país. Ocupa a segunda colocação em soja, milho, mandioca e aveia e a terceira em cana-de-açúcar, carne suína e leite.
Além da diversificação da produção e a característica associativa dos produtores, a expressiva força do agronegócio paranaense é atribuída à eficiência produtiva. Investimentos em pesquisa, capacitação e tecnologia são o que garantiram ao Paraná aumentar a produção mesmo com uma pequena área territorial. “A agricultura avançou e é o setor que mais cresce no país, salvando a balança comercial do Brasil anualmente. O uso da tecnologia explica o bom desempenho agrícola. O desafio do Paraná é justamente melhorar e qualificar sua produção, tratando cada pedaço de chão com eficiência” afirma o secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara.
Ele alerta que o Paraná não tem mais capacidade de crescimento territorial da produção. Diferente do Mato Grosso, por exemplo, que ainda tem muito território para expandir a sua produção. Para isso, é preciso intensificar cada vez mais o uso de tecnologias para melhorar a produtividade no campo. Com esse objetivo, o Governo do Paraná estará presente nos cinco dias do Show Rural Cascavel, maior evento de tecnologia agropecuária do Sul do Brasil. A feira é promovida pela cooperativa agroindustrial Coopavel e atrai anualmente 220 mil agricultores.
De 1 a 5 de fevereiro, produtores de vários Estados brasileiros visitam o local em busca de conhecimento e tecnologia para aumentar a produtividade de suas propriedades. Para isso, o Governo do Paraná, por meio das empresas públicas e secretarias estaduais, vai ocupar vários espaços no Show Rural para apresentar aos produtores as experiências e metodologias disponíveis para melhorar a produtividade no campo.
Entre os temas que serão apresentados está a agricultura de precisão, manejo do solo, linhas de crédito e fomento à pesquisa. Com um espaço de 720 mil metros quadrados, o produtor rural terá a oportunidade de tirar dúvidas, conhecer linhas de crédito, e novos equipamentos para aumentar a eficiência de sua produção.
O principal objetivo da feira, de acordo com Norberto Ortigara, é a difusão de tecnologias voltadas ao aumento de produtividade de pequenas, médias e grandes propriedades rurais. “Vamos renovar toda a atenção às boas práticas no campo”, afirmou o secretário.
O Instituto Emater, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, estará presente no evento demonstrando sua experiência e metodologia e comunicação da extensão rural sobre as várias possibilidades que o agricultor tem para aumentar a renda na propriedade. Nos espaços, o agricultor vai encontrar informações sobre agroindústria familiar, fruticultura, formiga-cortadeira, alimentação adequada, geração de renda com artesanato, orientação sobre o cultivo de grãos com menos agrotóxicos, piscicultura, paisagismo, plantas medicinais, condimentares e aromáticas, pecuária leiteira, apicultura e olericultura. O Iapar, por sua vez, como tradicional instituto de pesquisa, soma-se a esse empreendimento para divulgar os avanços da pesquisa agronômica no Paraná.
De acordo com o economista Pedro Loyola, coordenador do departamento técnico e econômico da Faep, apesar de uma área pequena, em comparação com estados do Centro-Oeste, o Paraná é destaque na eficiência de produção. “Quando olha a organização da produção, o estado do Paraná se destaca. É um dos melhores do país”, disse. Ele atribui esse bom desempenho ao tripé: capacitação, tecnologia e pesquisa. “Essas feiras são muito importantes para difundirmos técnicas e debatermos o futuro da agricultura no Estado”, afirmou.
AGRICULTURA DE PRECISÃO – Durante o evento, o governo estadual apresentará aos produtores, principalmente os pequenos, o programa de agricultura de precisão. Um projeto-piloto foi implantado na cidade de Tupãssi, na região Oeste. A proposta é utilizar a tecnologia da informação para coletar dados sobre a variabilidade de solo e clima. Com essas informações, será possível orientar os produtores no uso de fertilizantes e, assim, aumentar a produção.
Atualmente, a técnica de agricultura de precisão vem sendo usada somente por grandes agricultores, que estão alcançando níveis de produtividade nas lavouras acima das médias regionais e estadual. A Faep estima que 87% das propriedades, de 532 mil, tem áreas menores que 50 hectares e são consideradas pequena propriedade. “A agricultura de precisão trata cada pedaço de solo com os elementos químicos necessários para otimizar a produção. É uma tecnologia mundial que vamos apresentar no show rural em Cascavel. Queremos difundir essa proposta para todo o estado. O Paraná já ocupou todas as áreas para agricultura. Agora, temos que investir em tecnologia para aumentar a produção”, afirma o secretário Norberto Ortigara.
A expectativa é que os resultados obtidos com o uso da técnica na região apontem uma redução de 20% na quantidade de insumos aplicados nas lavouras. Segundo os técnicos, o sistema permite a distribuição equilibrada em relação às necessidades do solo, obtendo produções mais homogêneas e aumento médio de 10% a 35% na produtividade.
BACIA LEITEIRA – Outra área que receberá atenção especial do governo no evento é a pecuária leiteira. A intenção é melhorar a qualidade e a produção média de leite por vaca. Atualmente o volume diário, por animal, é de 8,3 kg. A meta é chegar a 10 kg vaca/dia, em quatro anos. Os técnicos também esperam que a produção de leite por hectare de pastagem passe dos atuais 7.200 quilos para 12 mil quilos por ano.
Com isso, espera-se uma redução de 15% do custo de produção do leite. Para alcançar esse resultado, os técnicos vão incentivar os produtores a aprimorar os rebanhos e, especialmente, selecionar as novilhas com maior potencial produtivo nas propriedades rurais. Aliado a isso, os técnicos vão estimular a melhoria da alimentação suplementar e a oferta de pastagens de melhor qualidade aos animais.
Serão demonstradas tecnologias que possam, além do aumento da produção leiteira e avanços na produtividade por vaca, as formas de reduzir o sofrimento físico, pelas melhorias que poderão ser implantadas nas propriedades rurais, especialmente na organização e planejamento do trabalho. Também haverá demonstração de sistema de produção de leite a pasto com suplementação alimentar, onde haverá apresentação da forma de condução do “Manejo Rotacionado de Pastagem”.
Do Governo do Paraná