O Ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso completa, nesta quarta-feira (18), 83 anos de idade. Atualmente, o sociólogo e professor mantém suas atividades intelectuais e políticas, contribuindo para a construção de um futuro sustentável para o Brasil.
Recentemente, o Presidente do Tucanafro Brasil, Juvenal Araújo, reuniu-se com FHC em São Paulo e discutiu ações do secretariado no Brasil.
Fernando Henrique Cardoso é um dos principais mentores da militância negra tucana porque foi o primeiro político a discutir sobre o problema do racismo no Brasil.
No primeiro ano de sua gestão, foi criado um grupo de trabalho interministerial com o objetivo de sugerir ações e políticas de valorização da população negra. Foi graças a este trabalho que, posteriormente, foi criada a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – Seppir.
Em 1996, foi promulgado o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), com capítulo específico dedicado à população negra. Assim, foi dado apoio a ações da iniciativa privada que realizem discriminação positiva. Foram realizadas ações afirmativas para acesso de negros a cursos profissionalizantes, universidades e áreas de tecnologia de ponta.
Também foi no governo Fernando Henrique Cardoso que foi instituído o Programa Nacional de Ações Afirmativas, estabelecendo percentuais de participação de afrodescendentes no preenchimento de cargos em comissão (DAS). Entretanto, o decreto foi revogado e depois de 11 anos o governo retomou a discussão sobre cotas em concursos públicos.
Segundo Juvenal Araújo, a verdadeira história do negro no Brasil não é contada. “Foi FHC quem iniciou o combate ao racismo e tomou as medidas mais contundentes neste sentido enquanto esteve no poder. O pioneirismo do tucano é louvável, porque na época ninguém tinha a coragem de falar disso,” comenta.
Ainda segundo Juvenal, a luta iniciada pelo ex-presidente inspira o trabalho do Tucanafro. “Ver que um branco tomou a iniciativa de lutar contra o racismo nos mostra que devemos buscar a igualdade sem separar negros e não negros. Precisamos fazer isso de forma conjunta com os brancos, pois não queremos disputar espaços, e sim que todos tenham as mesmas oportunidades,” finaliza.