“Efeitos do desemprego”, por Marcello Richa
Artigo do presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná, Marcello Richa
Nesta semana foi divulgado um estudo promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep) que apontou a queda de aproximadamente um milhão de famílias na escala social apenas no último ano. Efeito da recessão econômica causada pela gestão Dilma Rousseff, os dados mostram que o Brasil terá que percorrer um grande caminho para voltar ao equilíbrio financeiro e ascensão social.
As classes mais afetadas pela crise foram as de média salarial de R$ 4,9 mil, com queda de 533,9 mil famílias, e as de R$ 2,7 mil, que encolheu 456,6 mil famílias. Os números mostram o devastador efeito do desemprego que assola o país e alcançou uma taxa de desocupação de 11,2% no primeiro trimestre do ano, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
Desde a reeleição de Dilma Rousseff, a taxa de desemprego aumentou de 6,5% para os atuais 11,2%, ou seja, cerca de cinco milhões de brasileiros perderam seus empregos neste curto espaço de tempo. Atualmente o Brasil tem mais de 11,5 milhões de desempregados, um triste recorde histórico.
Outro problema grave é que, com a diminuição do poder de compra e o aumento do desemprego, as pessoas não conseguem honrar seus compromissos, o que aumenta drasticamente a inadimplência no país. Temos cerca de 60 milhões de inadimplentes, que juntos devem cerca de R$ 256 bilhões. É um número que não para de crescer e que a cada mês estabelece um novo recorde negativo junto ao Serasa.
Apesar de tudo, os dados não surpreendem. Desde 2014 a economia brasileira apresenta quedas significativas e consecutivas. O único alento, de acordo com a pesquisa da Abep, é que o ritmo da recessão apresenta uma pequena diminuição, porém apenas em 2017 poderemos vislumbrar resultados positivos, ainda que mínimos.
O desemprego é o maior inimigo do desenvolvimento e precisa ser combatido com todas as forças. Os 13 anos de governo petista destruíram o legado do Plano Real, que manteve a inflação baixa, a economia sob controle e promoveu a expansão dos segmentos produtivos. Recuperar esse cenário é essencial para revertermos à crise econômica que o país vive e novamente apresentar resultados positivos na geração de emprego, renda e indicadores sociais.