Compras no varejo absorveram 25% do dinheiro das contas inativas do FGTS

Notícias - 23/08/2017

O comércio varejista brasileiro absorveu R$ 10,8 bilhões dos R$ 44 bilhões sacados das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) entre março e julho deste ano, o que corresponde a 25% do total. As informações são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgadas pelo Estadão/Broadcast nesta quarta-feira (23). Dos oito segmentos mais relevantes, quatro representaram maior impacto nas vendas, e concentraram 86% dos recursos destinados às compras, com destaque para vestuário e calçados (R$ 4,1 bilhões) e supermercados e hipermercados (R$ 2,8 bilhões). Para o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), a destinação de recursos do FGTS ao comércio complementa um dos setores que mais movimenta a economia.

“Isso não deixa de ter sido um fato positivo para o fortalecimento da economia. No material de construção, farmácias, comércio propriamente dito, a parte de vestuário. O dinheiro foi utilizado em vários segmentos e dá um reflexo positivo, principalmente em serviços e comércio. Isso mostra o compromisso que tem o governo em tentar alternativas para vencer a crise”, destacou.

A CNC esperava uma aquisição de bens de comércio mais expressiva após a liberação dos saques, mas reconhece que o recurso extraordinário foi destinado, prioritariamente, ao pagamento de dívidas acumuladas ao longo da crise. Além disso, mesmo com o acréscimo modesto, os recursos do FGTS podem fazer com que o consumo das famílias volte ao patamar positivo após nove trimestres de retração. Segundo estimativa da Fundação Getulio Vargas (FGV), o consumo das famílias cresceu 0,6% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2016. Gomes de Matos observa que o impacto do Fundo de Garantia será sentido aos poucos, pois é natural que o pagamento das dívidas seja prioridade entre os beneficiários.

“Foi de suma importância a visão da área econômica de que seria importante para movimentar a economia do país utilizar esses recursos do FGTS que estavam parados, sem gerar rendimento ao governo ou à população. E, naturalmente, muitos utilizaram esses valores para pagar suas dívidas em várias áreas. Infelizmente, foi deixada essa herança maldita do governo do PT”, disse.

Além dos saques do FGTS, a CNC aponta que a recuperação parcial do varejo em 2017 também é resultado da desaceleração no aumento dos preços e melhoria nas condições de crédito.

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23/08/2017