Juros do cartão atingem 463% ao ano em setembro, o maior desde 1995
Os juros médios do cartão de crédito voltaram a subir em setembro, completando 24 meses seguidos de aumento. As taxas alcançaram 463,03% ao ano e 15,49% ao mês, segundo levantamento da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. É a maior taxa desde 1995, como revela reportagem publicada nesta terça-feira (11) pelo site G1.
Além da taxa média para pessoa física, os juros do comércio, os empréstimos pessoais nos bancos e em financeiras e outras modalidades de crédito pesquisadas tiveram suas taxas de juros elevadas ao mês. O cheque especial foi uma das linhas de crédito mais impactadas, com taxa de 309,24% ao ano.
Para o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), a profunda recessão econômica, somada à ilusão criada pelo governo Dilma Rousseff de que o Brasil estava financeiramente saudável, fez com que a maioria da população se endividasse sem ter condições de arcar com as dívidas no futuro.
“As pessoas iludidas – e não porque querem – acabaram se endividando, e não houve mediação das autoridades federais para criar condições para que essas pessoas tivessem o mínimo de socorro, seja através de políticas de alongamento de dívidas, regulamentação ou diminuição de taxas de juros.”
Para Abi-Ackel, a situação exige medidas enérgicas do governo para negociar juros mais baixos e alternativas para tirar milhões de brasileiros da inadimplência.
“As autoridades da Fazenda, do Banco Central e do governo como um todo começam a enfrentar o assunto estudando e buscando alternativas para tirar da crise essa enorme parcela da população que está endividada, para dar a essa situação algum tipo de solução, mas que também não passe pelo calote aos bancos, porque isso também será extremamente prejudicial em termos de credibilidade no Brasil no exterior.”
Apesar da recessão, especialistas acreditam que o Banco Central comece a flexibilizar a política monetária já a partir do mês que vem, com redução da taxa básica de juros.
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