PSDB – MS

CPI presidida pelo tucano Beto Pereira ouve empresário do setor de combustíveis

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CPI dos Combustíveis durante depoimento de empresário/ Foto: ALMS

Campo Grande (MS) – A CPI dos Combustíveis, presidida pelo deputado estadual Beto Pereira (PSDB), realizou mais uma sessão nesta terça-feira (11). Na ocasião, os parlamentares colheram o depoimento do empresário Nilton Braz Giraldelli, que na condição de colaborador dos trabalhos, expôs a realidade atual dos donos de postos de combustíveis de Campo Grande.

Inicialmente, o empresário havia sido indicado pelo Sinpetro/MS – Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul, para falar em nome da entidade. Porém, como Giraldelli não faz parte da diretoria do sindicato, o relator da CPI, deputado Maurício Picarelli (PSDB), solicitou a anulação do depoimento na condição de representante sindical, solicitação acatacada pelos demais membros, e o empresário foi ouvido como colaborador e na função de proprietário de posto.

Nilton Braz Giraldelli relatou as dificuldades que os donos de postos estão passando. Segundo ele, a média nacional de preços no Brasil é de R$ 3,90 o litro da gasolina, enquanto que em Campo Grande é R$ 3,40. “Os preços estão defasados. Nós não estamos tendo lucro. As empresas do ramo estão demitindo funcionários. Ficamos reféns de grandes redes que conseguem praticar preços menores porque vendem em grande volume”, afirmou.

O empresário também reclamou da concorrência predatória que ocorre principalmente em Campo Grande. “Existe dumping (prática comercial que consiste em uma ou mais empresas venderem seus produtos, mercadorias ou serviços por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo para outro país) em Campo Grande. Os pequenos estão sendo massacrados pelo mercado. Muitos postos estão fechando e os empresários estão atolados em dívida. Está difícil sobreviver no mercado”, disse.

Sobre a CPI, Nilton Giraldelli disse que o trabalho da Comissão representa uma esperança para o setor. “Eu acredito que a CPI irá mostrar para sociedade que os donos de postos, principalmente de empresas familiares, não são os vilões do mercado e que não são inimigos do consumidor. Nós estamos passando por dificuldades por causa da concorrência desleal e da margem de lucro irrisória e muitas vezes somos apontados como os vilões”, concluiu Giraldelli.

O deputado Beto Pereira afirmou que as investigações da CPI já estão em fase de encerramento e que em breve será divulgado o relatório do deputado Maurício Picarelli. “Estamos terminando as oitivas e já temos documentos necessários para a conclusão do relatório. Eu acredito que ao final, essa Comissão vai cumprir o papel para o qual foi criada que é de investigar possíveis irregularidades nos preços de distribuição e comércio de combustíveis em Mato Grosso do Sul”, afirmou Beto Pereira.

A próxima ação da CPI dos Combustíveis é convocar o presidente do Sinpetro/MS, Edemir Jardim, para ser ouvido em depoimento. A Comissão, criada em novembro de 2015, já realizou 10 reuniões, 4 oitivas e colheu o depoimento de seis pessoas. A previsão é de que os trabalhos da CPI sejam concluídos até o mês de junho de 2016. (Com assessoria)

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